EXPEDIÇÃO PELO PANTANAL CONHECE A FORÇA E INTEGRAÇÃO DA PECUÁRIA E ECOTURISMO

A presença do empreendedorismo no Pantanal de Mato Grosso do Sul, seja com a integração da região com o Corredor Bioceânico, através de Porto Murtinho, ou os grandes negócios em família unindo produção agropecuária consorciada com o ecoturismo ou pesca esportiva, foi um dos principais pontos destacados pela Expedição Pantanal Tech. O evento iniciado dia 26 de maio foi encerrada neste domingo, em Corumbá.

Percorrendo em seis dias mais de 1.500 quilômetros entre os municípios pantaneiros de Aquidauana, Porto Murtinho, Miranda e Corumbá, a jornada reuniu 50 pessoas, entre pesquisadores, gestores, empresários e representantes de instituições públicas e privadas, em um comboio com 14 veículos. A iniciativa partiu da UEMS (Universidade Estadual de MS) e do Instituto Viva Pantanal.

“A percepção que tivemos foi de que o Pantanal está em franco desenvolvido com os investimentos públicos e privados, onde a Rota Bioceânica é uma realidade, vai impactar na saúde, segurança e assistência social, e com os grandes empreendimentos em família gerando emprego, renda e se preocupando também com a produção sustentável”, resumiu Laércio Alves, reitor da UEMS.

Força da pecuária

A expedição passou pela Estrada Ecológica de Piraputanga, em Aquidauana, e vivenciou o cenário de oportunidades que transformará Porto Murtinho no centro da Rota Bioceânica, deixando de ser uma cidade fim de linha na fronteira com o Paraguai. Na sequência, a comitiva cruzou o Pantanal de Murtinho até Miranda, onde visitou a Fazenda San Francisco, que trabalha com agricultura (arroz irrigado) e ecoturismo.

Na visita a Porto Murtinho, cidade em tranformação com a Rota Bioceânica

No sábado, o grupo seguiu para Corumbá, maior município do bioma, e conheceu o potencial da pecuária pantaneira no leilão de 4,5 mil animais no Novo Horizonte, sub-região da Nhecolândia. A viagem em direção à Capital do Pantanal foi pela Estrada Parque (MS-228), cruzando o Rio Paraguai no Porto da Manga e a morraria do Urucum. Na cidade, o dia encerrou num barco hotel com palestras de gestores da prefeitura.

“No leilão vivenciamos a força da pecuária, que avança em qualidade e melhoramento genético e na produção de pasto com sustentabilidade”, comentou o reitor. “As instituições que participaram da expedição devem somar esforços e contribuir para que essa produção bovina cresça ainda mais, buscando atender as demandas e cumpra seu objetivo, que é a conexão com as pessoas do território.”

Organizadora da expedição, a presidente da Ong Viva Pantanal, Tatiana Scaff Telles, disse que a proposta foi reunir a universidade e instituições ambientais, rurais e de gestão pública, órgãos de segurança e organizações não-governamentais, para justamente conhecer e compreender o bioma, as particularidades de cada sub-região e propor políticas públicas mais eficazes em áreas como logística, educação, saúde e segurança.

Ouvir o pantaneiro

“Temos que escutar o pantaneiro, a expedição buscou ser um canal de aproximação”, observou, ressaltando que os produtores e as comunidades tradicionais são os guardiões do bioma mais preservado. “Eles são os responsáveis pelo que é o Pantanal, 80% preservado. Precisamos escutar essas pessoas que ali vivem e produzem e promover uma discussão mais ampla sobre suas necessidades com a academia 

Integrando a expedição, Renato Roscoe, diretor executivo do Instituto Taquari Vivo, ficou impressionado com a diversidade dos pantanais que conheceu e também compactua com a proposta de ouvir o pantaneiro antes de propor ações para o território. “A pior coisa que pode acontecer é criarmos restrições sem conhecimento que tornem o Pantanal vazio, vazio dessas pessoas que o preservam”, disse.

O passeio no barco hotel pelo Rio Paraguai, depois de um dia extenuante pelas estradas pantaneiras, foi compensador para os expedicionários: conheceram a estrutura da pesca esportiva de Corumbá, uma das maiores da América Latina, e os projetos turísticos e culturais do município. O reitor Laercio Alves ficou surpreso com o novo perfil da pesca (mais famílias e adesão ao pesque e solte), fruto do empreendedorismo da empresária Joice Santana.

“Não conhecíamos a grandeza da pesca esportiva e o protagonismo de quem promove uma atividade que hoje enfrenta os desafios do pesque e solte, ganhou a adesão da maioria dos pescadores e mudou a cultura do passado atraindo a família e a mulher”, disse o reitor. Ele e o grupo ficaram impressionados também com os investimentos no desenvolvimento local. “Uma visão futurista do prefeito (Gabriel Oliveira).”

A expedição encerrou-se na manhã deste domingo com visita ao Memorial do Homem Pantaneiro e Instituto Homem Pantaneiro (IHP), no porto geral. As conclusões da viagem serão apresentadas e discutidas durante o Pantanal Tech MS 2025, que acontecerá entre os dias 26 e 29 de junho, em Aquidauana.

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